Um dia antes do início da audiência que vai determinar o julgamento dos integrantes da banda New Hit, a cidade de Ruy Barbosa, localizada a mais de 300 km da capital baiana, já é cenário de protestos e atos contra os 10 acusados de estuprar duas menores - uma de 15 e outra de 16 anos. "Queremos a New Hit na cadeia. Este é só um dos muitos casos que temos por todo país de violência contra a mulher. A cada três minutos uma mulher é violentada em nosso país. Isso são dados do próprio Mapa da Violência. E deste casos, apenas 2% dos agressores são condenados", explicou ao Bocão News uma das militantes da Marcha Mundial das Mulheres, Maiara Guedes, que mora em Salvador e veio para Ruy Barbosa para apoiar o movimento.
Muitas militantes aproveitaram o ato para colar nos postes cartazes que pedem a prisão dos músicos.
Para
a deputada Luiza Maia (PT), que está desde o início da noite deste
domingo (17) na cidade de Ruy Barbosa, o importante é "que justiça seja
feita. O que eles fizeram é um absurdo e queremos que sejam condenados",
disse, reafirmando a presença de caravanas de oito municípios que farão
um ato na frente do Fórum da cidade na manhã desta segunda-feira (18).
O caso
A polêmica em torno da banda New Hit volta à tona nesta segunda-feira (18), considerado o dia D para os dez integrantes do grupo, acusados de estuprar duas jovens, uma de 15 e outra de 16 anos. As datas já estão marcadas. 18, 19 e 20 de fevereiro são os dias nos quais os acusados Alan Aragão Trigueiros, Edson Bonfim Berhends Santos, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho - o Dudu, Guilherme Augusto Campos Silva, Jefferson Pinto dos Santos, Jhon Ghendow de Souza Silva, Michel Melo de Almeida, Weslen Danilo Borges Lopes e William Ricardo de Farias irão a julgamento, na cidade de Ruy Barbosa.
O
caso, que aconteceu no dia 25 de agosto. As adolescentes foram
submetidas a exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica
(DPT) de Feira de Santana. O grupo foi preso pela Polícia Civil após
denúncia das menores que são da cidade de Itaberaba.

Os
nove integrantes permaneceram presos por 35 dias no Presídio de Feira
de Santana. Já o PM envolvido no caso, foi detido no Batalhão de Choque,
em Salvador. Atualmente, todos estão soltos e realizam shows
normalmente pela capital e interior do Estado.
Segundo
o advogado da New Hit, Cléber Andrade, "todos eles serão julgados
nestes três dias e pode sim haver sentença. Mas, vou buscar a
absolvição", disse Andrade, que confirmou ao Bocão News que todos "estão tendo uma vida normal".
Para
a deputada Luiza Maia (PT), "eles têm que ser condenados. Estarei lá e
quero reunir as pessoas e a imprensa em torno deste julgamento", contou a
parlamentar ao site Bocão News,
informando que cidades já foram mobilizadas para um ato a ser realizado
na porta do Fórum de Ruy Barbosa. "Já falei com os prefeitos de
Itaberaba, Ipirá, Baixa Grande, Mundo Novo, entre outros. Estão todos
mobilizados. Homens e mulheres", afirmou.
Maia
vai ainda mais longe e polemiza ao declarar que ""Por trás desta
escumlhambação existe o dinheiro do tráfico. Por trás desta
esculhambação existem produtores deste tipo de música e já há registros
deste tipo de ligação. Não cabe em minha cabeça entender porque se
produz músicas que desvalorizem as mulheres", questiona.
Lei Antibaixaria
Os
deputados estaduais aprovaram em novembro do ano passado o projeto de
lei 19.237, conhecido como "Antibaxaria", de autoria da deputada Luiza
Maia (PT). O placar da votação, que ocorreu em dois turnos, foi
amplamente favorável ao projeto. Na primeira, foram 43 votos a favor e
nove contrários. Na segunda, 40 parlamentares apoiaram a matéria, 11 se
opuseram e houve uma abstenção, conforme registrado na matéria do repórter Luiz Fernando Lima.
Mais
radical e autoritário, o texto original obrigava as prefeituras a
seguir as novas regras e proibia as emissoras de rádio, televisão e os
sites de veicularem músicas consideradas - pelo governo estadual -
ofensivas à dignidade da mulher. Na matéria levada à votação, essas
obrigatoriedades, que dificultariam sua aprovação, foram retiradas.
Além
do alcance limitado, que atinge apenas a administração pública
estadual, a lei Antibaxaria, muito embora tenha provocado grande debate
entre os soteropolitanos, está fadada a ser uma peça simbólica. A
proposta aprovada em plenário não define quem ficará responsável pela
fiscalização, de que forma ela será realizada e muito menos qual será o
destino da verba das multas aplicadas (50% do valor do cachê do artista)
pelo possível descumprimento da medida.
O protesto em Ruy Barbosa
A presença dos jovens na cidade será marcada por protestos. A promessa parte da deputada estadual Luiz Maia (PT) que organiza a ação em parceria com ativistas sociais da Marcha Mundial e outros movimentos das Mulheres. O ato está agendado para às 9h, em frente ao Fórum da cidade de Ruy Barbosa.
A presença dos jovens na cidade será marcada por protestos. A promessa parte da deputada estadual Luiz Maia (PT) que organiza a ação em parceria com ativistas sociais da Marcha Mundial e outros movimentos das Mulheres. O ato está agendado para às 9h, em frente ao Fórum da cidade de Ruy Barbosa.

Segundo Luiza Maia o objetivo principal é pedir a punição dos integrantes da banda. “Precisamos sensibilizar a justiça e os jurados. O que a banda fez é crime hediondo. A justiça de Ruy Barbosa não pode deixar acontecer o que houve no TJ. O Ministério Público denunciou os integrantes como criminosos e o desembargador Lourival Almeida mandou que eles respondessem o processo em liberdade. Isso é um absurdo”, afirma a deputada.
Para reforçar o protesto contra os músicos uma campanha está sendo feita nas redes sociais. Com o título New Hit na cadeia! O cartaz circula na internet e a página no facebook Repúdio ao New Hit já tem mais de 5 mil curtidas.
Fotos: Gilberto Junior ] Bocão News
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