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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Igrejas de Salvador são verdadeiros museus de arte sacra


Dom , 17/02/2013 às 11:57 | Atualizado em: 17/02/2013 às 11:57

Luana Almeida

  • Raul Spinassé / Ag. A TARDE
    Acervo religioso de Salvador é programa cultural indicado para turistas e moradores
Posicionar-se em um determinado ponto, olhar fixamente para o teto e caminhar para a frente. Essa é a primeira recomendação que o guia turístico Carlos Alberto Dias faz ao grupo de visitantes que o acompanha na entrada anexa da Igreja de São Francisco, Centro Histórico.
Seguindo esse caminho, pouco a pouco as pinturas seculares do teto parecem ganhar vida. A indicação do guia arranca o sorriso dos turistas, que se mostram impressionados com o "movimento" das imagens.
Museu sacro - A Igreja de São Francisco é apenas uma das 372 construções católicas da cidade. Como muitas outras, guarda em seu interior esculturas, pinturas e demais obras de alto valor artístico e histórico, o que lhe confere características de verdadeiro  museu de arte sacra.
O mesmo efeito pode ser visualizado na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, onde as imagens exibidas nas cúpulas e tetos ganham efeitos tridimensionais se vistos de determinados pontos.
De acordo com o historiador e especialista em arte sacra pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rogério Bastos Teixeira, a maioria dos templos religiosos da cidade abriga, pelo menos, duas obras de arte de reconhecido valor cultural e que, muitas vezes, passam despercebidas pelos visitantes.
"Salvador é um grande acervo de arte sacra. São painéis, imagens, pinturas, esculturas e peças, inclusive pequenos objetos. As obras com motivos sacros encontradas nas igrejas da cidade não deixam a desejar aos templos religiosos de outros países de matriz  cultural católica", afirma o especialista.
Segundo Barros, a partir das obras encontradas nesses templos, é possível conhecer um pouco mais sobre a história dos colonizadores, responsáveis por trazer muitas das imagens. Além disso, as peças exibem a arte feita por artistas baianos, como  José Joaquim da Rocha e Manuel Inácio da Costa.
"Esses artistas possuíam técnicas impressionantes, se avaliarmos as condições que tinham no século XIX, período em que viveram", completou Barros.
Efeitos - Na opinião do historiador, a Igreja de São Francisco, conhecida como a mais rica  da cidade  por abrigar uma exuberante decoração folheada  em ouro, tem maior importância histórica e artística. "Ela foi erguida entre os século XVII e XVIII e é considerada uma das mais singulares expressões do barroco brasileiro. Além do ouro, a igreja abriga os famosos painéis de azulejos com cenas bíblicas, criados em 1737, que são referência na história da arte sacra".
Reinauguradas em abril de 2012, após longo processo de restauração, as igrejas de Nossa Senhora do Pilar, no Comércio, e do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, também são, segundo  Bastos, exemplos de templos que abrigam peças consagradas, que compõem o rico acervo de arte sacra de Salvador.
A primeira, construída em meados do século XVIII, além das imagens e pinturas internas, chama atenção pela fachada, que mistura elementos do barroco e rococó. Já na Igreja do Rosário, a grande atração é a imagem de Nossa Senhora em pose virtuosa, pintada no teto.
"O baiano e o turista precisam tomar conhecimento da importância desses templos e passar a visitá-los", recomenda o especialista.

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