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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Remédio falso ganha espaço no mercado


Seg , 18/02/2013 às 07:00 | Atualizado em: 17/02/2013 às 21:22

Raíza Tourinho

  • Joá Souza | Ag. A TARDE
    Grávida compra facilmente o Cytotec na Feira de São Joaquim
Encontrar medicamentos falsos ou fraudados idênticos aos originais é cada vez mais fácil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% dos remédios em circulação no Brasil são falsificados.
Um teste realizado pela reportagem e uma apreensão feita pela Vigilância Sanitária de Salvador (Visa) dão uma dimensão do que o levantamento da OMS aponta.
A reportagem conseguiu, facilmente, adquirir o medicamento Cytotec na Feira de São Joaquim. Já a Visa, no último dia 22, realizou  a maior apreensão de  remédios falsos dos últimos dois anos em uma farmácia situada na Liberdade.

Saiba mais

18/02/2013 | Comentários(0)
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Por meio de uma denúncia anônima, fiscais da Visa encontraram no local diversas unidades  de remédios falsos contrabandeados, como  Cytotec, Ocitocina, Durateston e Sibutramina.
Responsável pela apreensão, a chefe da Vigilância Sanitária do Distrito Liberdade, Neyla Nascimento,  afirma que a  equipe de oito pessoas fiscaliza vários tipos de  estabelecimentos,  o que  dificulta as apreensões. A última havia sido em 2010, em  conjunto com a Polícia Federal e a  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Dificuldade
Em alguns casos,  a falsificação é tão bem feita que a própria indústria chega a enviar os itens ao laboratório para identificar se são originais ou não.

Em 2011, a Anvisa apreendeu  2,8 milhões  de medicamentos ilegais no País, sendo 850 mil unidades falsas (aumento de 1.200% na ocorrência do crime em  três anos).

A lei destinada a  coibir as falsificações e fraudes  dos medicamentos foi sancionada  há quatro anos, mas não há previsão para que saia do papel.  O prazo para sua implantação expirou há um ano.

Sancionada em  2009, após cinco anos de discussão, a Lei 11.903 prevê que a Anvisa implante o Sistema Federal de Controle de Medicamento  (SNCM) para que todos os remédios produzidos no País possam ser rastreados da fábrica ao consumidor.

O texto prevê uma identificação numérica exclusiva para  cada embalagem. A ideia é ter controle do processo de produção até a  venda.

A intenção é que o sistema evite não só a falsificação, mas também a sonegação fiscal e o roubo de cargas.

Após uma tentativa frustrada de implantar um selo cunhado pela Casa da Moeda, excessivamente caro, a Anvisa anunciou em 2011 o Datamatrix, um código de barras bidimensional, ainda sem prazo de implantação.

"A vantagem desse sistema é que se passa a ter 200 milhões de fiscais: a  embalagem já sai da indústria pronta para registrar a sua biografia", afirma Antônio Britto, presidente da Associação Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).  Procurada, a  Anvisa respondeu, via nota, que o tema está entre as suas prioridades, mas não iria pronunciar-se.

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