Curso de corte e costura prepara mulheres para
mercado de trabalho
e revela talentos
Após
dois meses do início do curso de capacitação
para Corte e Costura oferecido pela Prefeitura Municipal de Lauro de
Freitas, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), já são
visíveis os resultados de tanta dedicação.
Ministrado pela arte educadora Beatriz Souza Lima, no Centro
de Referência Lélia Gonzalez, em Vilas do Atlântico, e destinado às mulheres acima de 16 anos, o curso prevê a formação de cerca
de 40 overloquistas até o final do mês de agosto.
De acordo
com Beatriz, os resultados vão além da modelagem, e da arte de cortar e
alinhavar, pois a cada aula, há uma nova descoberta e uma nova consciência do
real valor dessas mulheres.
“Era pra ser apenas
um curso de corte e costura, com sua teoria e prática, mas elas conseguiram ir
muito além, e isso é muito gratificante. O resultado hoje são peças do
vestuário e uma boa produção de artesanato, fruto do processo de criação e da
troca de conhecimento entre elas. Isso é fantástico, pois daqui elas vão sair
novas mulheres e verdadeiras profissionais”, revela a arte educadora.
Moradora de
Vida Nova, a laurofreitense Adriana Oliveira, 41 anos, descobriu o curso
pesquisando na internet, e hoje além de aluna, é uma das responsáveis por
compartilhar aprendizados com a turma.
“Eu vim aprender a
costurar, mas aqui pude aprender muito mais e compartilhar conhecimentos. Com
as colegas, conheci a técnica de tricô com linha de mosaico, que me permitiu
criar acessórios. Estou amando tudo isso”, declara Adriana.
Já a
moradora do bairro de Itinga, Iraildes da Conceição, 29 anos, entrou no curso
para incentivar a mãe, de 56 anos, e descobriu sua vocação.
“Minha mãe
precisava de apoio, e eu entrei no curso para incentivá-la, mas aqui fiquei e
me encontrei. Aqui se descobre tudo, a gente aprende, compartilha. Se
tivéssemos uma máquina em casa hoje, já estaríamos ganhando dinheiro com a costura”,
revela.
Quem
comemora é a secretária da SPM, Simone Medeiros. “Muito feliz, porque a gente
vê o resultado do resgate da autoestima dessas mulheres de forma rápida e
concreta. A mudança é visível aos olhos, está no comportamento e na postura corporal
de cada uma delas, o que nos dá a certeza de que estamos no caminho certo e que
a violência contra a mulher pode ser, se não erradicada por completo,
consideravelmente reduzida”, afirma Simone.
Quem
explica a mudança é a psicóloga do Centro de Referência Lélia Gonzalez, Cintia
Cavalcanti. “Para que haja uma mudança de postura, é necessário trabalhar
vários aspectos que vão ajudar em outras dimensões da vida. E o curso funciona
como uma espécie de gatilho no processo de descoberta da autoconfiança, trabalhando
a autoestima, estimulando a criatividade, elementos indispensáveis na busca
pela autonomia e independência da mulher”.
Sobre o curso
O curso, divido em duas
turmas de 20 pessoas, acontece duas vezes por semana. Na primeira etapa, são
abordadas noções básicas de corte e costura, aliando a teoria e a prática. “É
uma preparação para o próximo passo, que é o curso de costura industrial, onde
elas vão aprender a produzir fardamentos profissionais”, afirma Beatriz Lima.
Ainda de
acordo com a professora, a parte teórica ensina sobre técnica de modelagem,
corte e montagem de peças, manejo de máquinas domésticas e industriais. Já com
a parte prática as cursistas podem confeccionar peças piloto do vestuário
infantil, feminino e masculino, além de moda íntima, praia e social.
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