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Na avaliação do papa, porém, parte da responsabilidade em se recuperar é do próprio dependente
24.07.2013 | Atualizado em 24.07.2013 - 21:28
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Estadão Conteúdo
O papa Francisco atacou os projetos de liberação das
drogas na América Latina e acusou os traficantes de serem “mercadores
da morte”. Na primeira vez que fala publicamente sobre o problema, o
argentino deu as primeiras indicações de que, se seus gestos são novos e
sua simpatia o transformou em ícone global, ele não está disposto a
mudar posições tradicionais da Igreja.
O dia começou na basílica de Aparecida, com o papa
criticando a idolatria de “poder, dinheiro, sucesso e prazer”,
recomendando aos milhares de fiéis “conservar a esperança, deixar-se
surpreender por Deus e viver na alegria” para criar um mundo mais justo.
A crítica às drogas ocorreu enquanto visitava o Hospital São Francisco,
já à tarde, no Rio, e depois de se reunir com cinco pacientes tratados
por dependência de drogas.
“Não é deixando livre o uso de drogas, como se
discute em varias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a
difusão e a influência da dependência química”, declarou. Países como o
Uruguai já liberalizaram o consumo de maconha, enquanto outros na região
avaliam propostas similares.
Para ele, a solução não vem da liberalização, mas de
uma estratégia para “enfrentar os problemas que estão na raiz do uso
das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os
valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em
dificuldade e dando esperança ao futuro”. Na avaliação de vaticanistas,
Francisco começa a revelar com esse discurso que, apesar de ser tido
como reformador, adotará posturas tidas como conservadoras em diversos
setores sociais e desafios.
O papa não deixou também de atacar o narcotráfico.
“São tantos os mercadores da morte que seguem a lógica do poder e do
dinheiro a todo custo. A chaga do tráfico de drogas, que favorece a
violência e semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de
coragem.” Não é a primeira vez que um papa ataca de forma frontal os
narcotraficantes. Em 2007, quando Bento XVI esteve no Brasil, ele
alertou que essas pessoas “teriam de enfrentar a Deus no juízo final”.
Egoísmo
Desta vez, o papa Francisco ainda atacou o egoísmo da sociedade por não dar atenção suficiente aos dependentes de drogas. “Precisamos abraçar quem tem necessidade”, disse. “Há tantas situações no Brasil e no mundo que reclamam a nossa atenção, cuidado, amor, como a luta contra a dependência química”, declarou. “Frequentemente, porém, nas nossas sociedades, o que prevalece é o egoísmo”, afirmou.
Desta vez, o papa Francisco ainda atacou o egoísmo da sociedade por não dar atenção suficiente aos dependentes de drogas. “Precisamos abraçar quem tem necessidade”, disse. “Há tantas situações no Brasil e no mundo que reclamam a nossa atenção, cuidado, amor, como a luta contra a dependência química”, declarou. “Frequentemente, porém, nas nossas sociedades, o que prevalece é o egoísmo”, afirmou.
Francisco cita a parábola do bom samaritano, que
fala de um homem atacado por assaltantes e deixado quase morto ao lado
da estrada. Aponta para o centro de tratamento como exemplo do bom
samaritano e lembra que São Francisco abriu mão de sua riqueza
justamente depois que, quando jovem, abraçou um leproso.
“O jovem Francisco abandonou riquezas e comodidades
do mundo para fazer-se pobre no meio dos pobres, entende que não são as
coisas, o ter, os ídolos do mundo, a verdadeira riqueza e estes não dão a
verdadeira alegria, mas sim seguir a Cristo e servir aos demais”,
disse. “Em cada irmão e irmã em dificuldades, abraçados à carne
sofredora de Cristo. Hoje, neste lugar de luta contra a dependência
química, quero abraçar cada um de vocês.”
Na avaliação do papa, porém, parte da
responsabilidade em se recuperar é do próprio dependente. “Você é o
protagonista da subida. esta é a condição imprescindível, Você
encontrará a mão estendida de quem quer lhe ajudar. Mas ninguém pode
fazer a subida no seu lugar. A travessia é longa e cansativa, mas olhem
para a frente.”
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