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Eles não recebiam pagamento e acumulavam dívidas em mercadinho
19.07.2013 | Atualizado em 19.07.2013 - 19:37
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O Globo
A Polícia Federal, em operação conjunta com o
Ministério Público do Trabalho, prendeu duas pessoas e resgatou 28
trabalhadores rurais que estavam em condições análogas à de escravos na
lavoura de café da Fazenda Novo Mundo, no município de Itirapuã, na
região de Ribeirão Preto, em São Paulo.
Segundo a procuradora Regina Duarte da Silva, os
trabalhadores foram trazidos do distrito de Julião, no município de
Malhada, na Bahia, com a promessa de receber uma diária média de R$ 100.
"Eles não haviam recebido qualquer pagamento e
acumulavam dívida em um mercadinho do município. As condições de
alojamento eram péssimas. Não havia banheiros e os trabalhadores eram
obrigados a fazer suas necessidades na lavoura. Como também não havia
camas ou colchões, eles estavam dormindo sobre pedaços de papelão ou
espuma", diz a procuradora.
Segundo o MPF, foram presos o dono da Fazenda Novo
Mundo, identificado como Ademir Ferreira, e o capataz, identificado como
Miguel. Os dois foram indiciados pela prática do crime de redução à
condição análoga à de escravo, cuja pena é de 2 a 8 anos de reclusão.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, em 2012 foram encontrados
2.750 trabalhadores em condições análogas às de escravo. O número
representa aumento de 14,3%, quando foram identificadas 2.491 vítimas.
Neste mês, o Ministério Público Federal no Pará
denunciou o responsável por uma carvoaria em Goianésia do Pará, onde
sete trabalhadores foram encontrados em condições semelhantes às da
escravidão, e o proprietário da fazenda Lote 6, em Prainha, na região de
Santarém, onde 11 pessoas foram resgatadas na mesma situação.
Os flagrantes haviam sido realizados em 2008 e 2012.
Em junho passado, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ)
aprovou Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo, que
terá de ser votado em plenário em dois turnos para ser promulgada. De
acordo com o texto, propriedades rurais e urbanas flagradas explorando
trabalho escravo serão expropriadas e destinadas à reforma agrária ou a
programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao
proprietário.
A PEC está tramita há 18 anos no Congresso Nacional. Em 2004, foi aprovado na Câmara dos Deputados
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