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Aleluia diz que visitou a obra e ouviu queixas dos pescadores com relação ao impacto sobre a pesca e a navegação
11.05.2013 | Atualizado em 11.05.2013 - 07:37
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Priscila Chammas
priscila.chammas@redebahia.com.br
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Chegou ontem à Secretaria Municipal de Urbanismo e
Transporte (Semut) um ofício da Petrobras solicitando uma audiência com o
secretário José Carlos Aleluia. Segundo o gerente executivo de gás e
energia da estatal, Marcelo Murta, a Petrobras não entende os motivos
que levaram a prefeitura a embargar a obra de construção do terminal de
regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) na Baía de Todos os
Santos, a quatro quilômetros da Ilha dos Frades.
“Solicitamos o alvará para a construção do terminal e
apresentamos toda a documentação pertinente, mas a prefeitura optou
pelo embargo sem nenhuma resposta formal”, afirmou ontem o diretor,
durante um encontro com toda a imprensa baiana, convocado para
apresentar a obra.
Segundo Murtas, a obra iniciada em março do ano
passado tem autorização do Inema, da Capitania dos Portos, do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Agência
Nacional de Petróleo (ANP) e da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq). Também disse que todas as prefeituras localizadas
na área de influência direta receberam um relatório de impacto
ambiental.
O secretário de Urbanismo e Transporte de Salvador,
José Carlos Aleluia, no entanto, diz que o pedido de audiência recebido
ontem foi o primeiro contato da Petrobras com a prefeitura. “Não há
nenhum processo na Sucom. Eles queriam fazer a obra sem licença da
prefeitura, mas chegaram à conclusão que precisam cumprir a lei. Até a
Petrobras tem que cumprir a lei”, disse o secretário. “A prefeitura de
Salvador nunca se opôs à construção do terminal. Tem sido, sim, firme em
exercer a prerrogativa municipal do controle e do uso do solo de seu
território, com base na legislação vigente”, completou.
Terminal fica próximo à Ilha dos Frades e vai transformar GNL líquido em gasoso; investimento é de R$ 1 bi
Aleluia diz que visitou a obra e ouviu queixas dos
pescadores com relação ao impacto sobre a pesca e a navegação. A
Petrobras, por sua vez, diz que está mantendo diálogo com as associações
de pescadores e estabelecido rotas e velocidades das embarcações, de
modo a não prejudicar as populações vizinhas. “Não conhecemos o projeto.
Eles não podiam ter começado a obra sem o alvará da prefeitura”,
reclama Aleluia.
A construção do terminal foi embargada em setembro
de 2012, ainda na gestão João Henrique, mas a Petrobras conseguiu uma
liminar na Justiça para dar continuidade. A previsão é de que ele entre
em operação em setembro desse ano. Segundo a Petrobras, o investimento é
de R$ 1 bilhão e o empreendimento gerará R$ 600 milhões em impostos por
ano, sendo a maior parte deles federais (R$ 315 milhões).
O terminal de regaseificação serve para retornar o
gás natural ao estado gasoso, e assim gerar combustível para as
termelétricas. O sistema funciona com duas embarcações. Uma traz o GNL
no estado líquido, vindo de várias partes do mundo, encosta na outra e
transfere a carga. Nessa segunda embarcação, o líquido é transformado em
gás. Segundo a Petrobras não há risco de vazamento. Representantes da
empresa se reúnem com Aleluia no dia 23 ou 24.
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