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No Maracanã para assistir o jogo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, não quis opinar sobre os protestos do Rio e de Brasília
16.06.2013 | Atualizado em 16.06.2013 - 19:42
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Agência Estado
A Polícia Militar (PM) atacou com bombas de efeito
moral e gás lacrimogêneo as cerca de mil pessoas que protestavam nas
imediações do Maracanã antes e durante o jogo entre México e Itália. A
manifestação, que era pacífica, transformou-se em um tumulto que afetou
até mesmo torcedores que chegavam ao estádio.
Os participantes do protesto foram contidos a 700m
da entrada principal. A névoa enfumaçada que se formou no entorno do
Maracanã fez com que centenas de pessoas passassem mal, com crises de
tosse, lágrimas nos olhos e dificuldades para respirar.
Manifestantes são atacados por bombas de gás lacrimogêneo no Maracanã (Foto: AFP)
Asmática, uma jovem manifestante teve que ser socorrida pelos colegas. Até policiais reclamavam dos efeitos dos explosivos.
Os manifestantes começaram a se concentrar às 14h na
estação São Cristóvão do metrô, uma das três que dão acesso ao
estádio. Pouco antes das 15h, os manifestantes tentaram subir o viaduto
Oduvaldo Cozzi, que dá acesso ao portão da estátua do Bellini.
Eles foram impedidos pela PM, que só permitia a
passagem de pessoas com ingressos ou credenciais para o jogo. O grupo
tentou seguir pela vizinha rua General Canabarro, mas foi mais uma vez
impedido.
Às 15h20, o Batalhão de Choque da PM apareceu, com
profissionais da Força Nacional de Segurança na retaguarda. Foi quando
um policial borrifou spray de pimenta na nuca de um manifestante. Em
seguida, os PMs do Choque começaram a lançar as bombas.
Manifestantes, jornalistas e torcedores correram, na tentativa de se proteger. A manifestação de dispersou momentaneamente.
O torcedor Dejair Freitas, de 28 anos, saiu da
estação no momento em que os manifestantes foram atacados pela PM. “Uma
das bombas quase me atingiu. Foi por muito pouco. Ela caiu ao meu
lado, mas ainda assim veja como estou”, disse, apontando para os olhos
vermelhos e lacrimejantes.
Na sequência dos acontecimentos, cerca de 500
manifestantes reagruparam-se, sentando no asfalto, no acesso à Quinta da
Boavista. Eles cantavam o Hino Nacional quando foram novamente
atacados pela PM, que atiraram mais bombas.
Os policiais alegaram que precisavam desocupar a
via pública, parcialmente interditada pelos manifestantes. Na confusão,
a estação do metrô foi fechada.
Ao final do tumulto, a PM contabilizava pelo menos
seis manifestantes detidos para averiguação de antecedentes. Eles foram
levados para a delegacia da área, a 18ª, na Praça da Bandeira (zona
norte). A Polícia Civil não informou se os detidos seriam liberados ou
permaneceriam na delegacia.
No Maracanã para assistir o jogo, o ministro do
Esporte, Aldo Rebelo, não quis opinar sobre os protestos do Rio e de
Brasília, na véspera, antes da vitória do Brasil sobre o Japão. “Quero
ver o conjunto da obra primeiro, para depois opinar. Não vi nada,
estava aqui dentro”, afirmou.
O estudante Daniel Batista, um dos organizadores da
manifestação, considerou arbitrária a ação policial, pois o protesto
transcorria de maneira pacífica. “Desde o princípio fizemos tudo certo.
Entregamos ofício ao 4º Batalhão da PM. O tempo todo negociamos, mas
não houve diálogo. Cercaram os manifestantes. Fomos encurralados,
quando a polícia deveria nos proteger”, afirmou Batista.
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