terça-feira, 25 de junho de 2013
Deputado Federal João Leão (PP). |
Papas
na língua? Essa nunca foi uma das virtudes do deputado federal João
Leão. Membro da direção estadual do PP, com perspectiva de ser conduzido
para a presidência da sigla na Bahia em dezembro, Leão cita apenas dois
nomes do PT para suceder Jaques Wagner no governo, Walter Pinheiro e
Jorge Solla. Outro lembrado é o vice-governador Otto Alencar. Além
deles, o parlamentar coloca ele e o deputado federal Mário Negromonte
como possíveis integrantes da chapa majoritária. E sinaliza: “Se não nos
derem nada, nós vamos procurar nosso caminho. Qualquer caminho”. “O PP
tem dois candidatos potenciais que podem ser candidatos a governador”,
frisa Leão.
Tribuna
– O PT tem quatro candidatos de olho em 2014, mas o senhor já anunciou
só apoiar se for Walter Pinheiro. O que justifica a decisão?
João Leão –
Primeiro, eu não anunciei que só apoio Walter Pinheiro. Eu puxei o
secretário Solla [Jorge Solla, da Saúde] para o jogo. Eu acho que o
secretário Solla faz uma administração que é o que eu quero para a
Bahia. Eu quero para a Bahia um excelente candidato para continuar o
trabalho que foi iniciado pelo governador Jaques Wagner. Então, você
precisa de um administrador de ponta. Que nós, políticos, confiemos nele
e o povo confie. Eu só vejo dentro dos quadros atuais do PT duas
pessoas que têm a estirpe para ser governador da Bahia. E o senador
Walter Pinheiro tem cadastro e tem estirpe. O secretário Solla tem
cadastro e tem estirpe. Eu não vejo nos outros candidatos ainda – não
tenho nada, absolutamente nada contra Rui Costa, Sérgio Gabrielli e
contra Luiz Caetano, absolutamente nada, todos são meus amigos. Aí eles
vão dizer: “com um amigo desse, eu não gostaria de tê-lo”. Mas não é,
gente. Eu estou querendo o melhor para a Bahia, e o melhor para a Bahia,
na minha ótica, dentro dos quadros do PT, é Walter Pinheiro, em
primeiro lugar, e Solla. São os dois.
Tribuna – Tem alguma relação com a suplência ao Senado, já que o suplente de Walter Pinheiro é Roberto Muniz?
Leão –
Nenhuma. Absolutamente nenhuma. O suplente por acaso é Roberto Muniz.
Que o governador quis aquinhoar o PP, naquela época. Mas não teve
absolutamente nada com Roberto Muniz, outro quadro muito competente do
nosso partido.
Tribuna – Se o governador Jaques Wagner conseguir emplacar o nome de Rui Costa, o senhor vai de encontro a ele?
Leão – Aí a gente vai estudar. Vou ter que botar a minha cabeça no travesseiro e ter sonhos bons. Nós vamos ter que estudar muito.
Tribuna – Qual o espaço que o PP pretende buscar na chapa majoritária do próximo ano?
Leão –
O PP é o segundo partido da chapa majoritária em número de votos. O PSD
fez um número maior de prefeitos que nós. Mas, em número de votos, nós
somos o segundo. E voto é voto. O que é que elege? É voto. Não é
prefeito que elege. É voto. E nós demonstramos na eleição passada. E o
PP só tem feito. O nosso interesse é no Senado, em primeiro lugar.
Precisamos ter muita conversa pra gente aceitar a vice.
Tribuna – Otto Alencar e Mário Negromonte falam no Senado. Aceitariam uma vice?
Leão –
Acho que Otto aceitar uma vice é muito difícil, porque ele já é vice. É
muito difícil ser vice duas vezes. Eu acho que Otto está pronto para
governar a Bahia também. Otto seria outro excelente candidato, fora do
PT. Fora dos quadros do PT hoje, na nossa coligação, o que está melhor
condicionado é Otto Alencar.
Tribuna – Quem do PP vai brigar por espaço na chapa? O senhor ou Mário Negromonte?
Leão –
Os dois. Isso é da democracia. Eu acho que nós temos direito, nós temos
que deixar o partido escolher. Não sou eu. Eu não posso ser o dono da
candidatura tal, nem qual. Nem Mário. Os dois têm que deixar o partido
escolher.
Tribuna – Existe o clima de desentendimento entre o senhor e o deputado Mário Negromonte?
Leão –
Nenhum. Eu e Mário moramos juntos em Brasília. Tomamos café da manhã
juntos, almoçamos juntos e, na sua maioria das vezes, jantamos juntos.
Nenhum desentendimento. Zero. Agora ele quer uma coisa e eu também.
Tribuna – O que é que ele quer e o que é que o senhor quer?
Leão –
Ele quer participar da chapa majoritária e eu também quero. É um
direito dele e é um direito meu. E por isso nós vamos brigar? Nunca. Nós
vamos nos acertar. Eu e Mário nos acertamos há anos.
Tribuna – O senhor assumirá o comando do PP em dezembro?
Leão –
O comando do Partido Progressista está tudo acertado com o deputado
Mário Negromonte, com os amigos, com os deputados estaduais, com a
nacional que, em dezembro, eu assumo o comando do partido.
Tribuna – Como o senhor vê as críticas de pessoas do próprio PP de que não se pode ter tudo?
Leão – Ninguém pode ter tudo. Nós temos que ter tudo aquilo que é possível.
Tribuna – Existe alguma possibilidade de rompimento entre vocês?
Leão –
[Enfático] Nunca. Nunca vou brigar com Mário. Nunca. [Mais calmo] Nós
podemos chegar até o ponto de ter uma disputa interna dentro do partido,
mas eu, no meu discurso, que sou Mário, meu amigo e meu irmão, e ele
dizendo – eu tenho certeza – que sou amigo dele e irmão dele. E vamos
deixar o diretório decidir. Vamos deixar todo o partido decidir.
Tribuna – Quem apostar numa ruptura perde a aposta?
Leão – Sim. Com certeza. Quem apostar numa ruptura perde a aposta.
Tribuna – Qual o cenário que o senhor vê mais palpável em 2014?
Leão –
Eu ainda acho que Neto [ACM Neto, prefeito de Salvador] será candidato a
governador. Ainda acredito. Até hoje João Henrique se arrepende de não
ter sido o candidato a governador naquela época. Eu acredito que Neto
será candidato a governador. Então se você botar a figura do Neto como
candidato a governador, que Neto está bem, está forte. Eu não sou de
esconder a realidade para ninguém. Vamos ver. Ou nós nos unimos bastante
ou pode acontecer uma tragédia. Se não for Neto, nós não temos
oposição.
Tribuna – Geddel Vieira Lima não tem condições de unificar a base de oposição?
Leão –
Muito difícil. Gosto muito de Geddel, mas gosto muito é de Lúcio. Lúcio
é o ex-presidente do partido, que agora é Geddel. Mas Lúcio é nosso
colega. É uma figura maravilhosa. Agora não acredito que o PMDB tenha
condições de unificar a base da oposição na Bahia.
Tribuna
– O senhor acredita que o cenário nacional, aliado ao momento econômico
do país e como Dilma estará em 2014 vai influenciar na escolha do
candidato na Bahia?
Leão –
Com certeza. Se for Dilma ou se for Lula. O cenário nacional hoje, você
vê passeatas, isso e aquilo, o Brasil não é o mesmo de 30 dias atrás.
Hoje nós temos um Brasil totalmente modificado. É passeata, reclamações
em mais de 100 cidades no país. As grandes cidades estão. Inclusive
muitas pessoas que vão para essas passeatas que não sabem nem o que é
que estão pedindo. O cara não sabe nem por que está ali. Ele está ali
por estar. É aquela oportunidade que a pessoa tem de reclamar. Eu vi um
vídeo até no avião, que quem me mostrou foi a deputada Alice Portugal,
de uma senhora com uma criança no colo, com o marido do lado, ela dizia:
“eu estou aqui nessa passeata para modificar. Eu quero que tire o flúor
da água que nós bebemos”. “Eu quero que se modifique a situação
mundial”. Ela não estava ali pelo preço da passagem, ela estava por
causa do flúor. Aí você vai: Zé Mané vai porque a conta de luz dele veio
alta. O outro tá porque está sem dinheiro para pagar a conta de água.
Tribuna
– O senhor acredita que esses protestos que estão acontecendo no país
vão obrigar os políticos a mudar suas práticas, a forma de fazer
política?
Leão –
Com certeza. O político hoje que não se adaptar à mídia social e que
não mostrar à mídia social aquilo que está fazendo, como ele está
fazendo e de que maneira ele vai fazer, ele pode ir para o fracasso.
Tribuna – O senhor avalia que esse recado das ruas vai exigir uma nova forma, inclusive de gerir a coisa pública?
Leão –
Com certeza. Eu acho que o povo está pedindo aquilo que é certo:
transparência. Transparência na coisa pública. Isso já deveria ter
acontecido há 15 ou 20 anos. Não era agora não. Era logo após, quando
nós tivemos o problema das Diretas Já, a população deveria ter
continuado com esse tipo de receita. Isso que eles estão nos dando é uma
receita para a gestão pública.
Tribuna – Qual é essa receita?
Leão –
Essa receita é seriedade, é honestidade, é você ter capacidade, gerir
bem. O que é que o povo quer? Quer ver acontecer. Por exemplo, o cara
que vai no hospital e não consegue ser atendido, o cara que vai numa
repartição pública. Isso vai acontecer, inclusive, de uma maneira geral.
Até o funcionário público que não atender bem a população está sujeito a
ter um piquete na repartição pública dele contra ele. Contra aquele
determinado Zé Mané lá, que não atendeu bem a população. Isso aí é um
exemplo que está sendo e cada dia vai melhorar. Eu, se estou aqui, faço
uma convocação para uma determinada coisa, eu chego no hospital e não
sou bem atendido, faço uma convocação, eu posso juntar 500 ou mil
pessoas imediatamente.
Tribuna
– Estamos no meio da Copa das Confederações. O senhor acredita que o
Brasil e que Salvador estão se mostrando negativamente para o mundo?
Leão –
Não, não vejo muito isso não. Eu acho que Salvador vai fazer uma grande
Copa, porque a Bahia é bonita. A Bahia é gostosa. Quem vem de fora e
chega na Bahia sai daqui apaixonado. Então, Salvador vai fazer uma
grande Copa e está fazendo uma grande Copa das Confederações. Isso que
está acontecendo aí é titica naquilo que nós vamos fazer na Copa do
Mundo.
Tribuna
– Muito está sendo questionado sobre a incapacidade do poder público de
atender as demandas da população. O senhor acredita que há um risco
dessa carga voltar contra os políticos que estão hoje no poder?
Leão –
Não, não acredito. Eu acredito que nós vamos ter um grande problema
inicialmente que é a eleição ao lado da Copa do Mundo. E hoje com uma
mídia social que é excepcional. Eu adoro essa mídia social. Eu vejo isso
como um grande avanço da população. Zezinho lá na Barra, lá no São
Francisco, ele bota uma coisa lá agora, cinco minutos depois, 15, 20,
50, 100 pessoas curtiram o que ele botou lá. Então isso vai fazer com
que, cada vez, o poder público seja mais ágil. O governo precisa
utilizar mais dessa rede social. O próprio governo precisa saber
utilizar isso aí. Secretário de estado falar um com o outro pela rede
social.
Tribuna – Vai exigir um diálogo maior do que acontece hoje?
Leão –
Lógico. Secretários falaram entre si, com o governador através da rede
social. Porque é “bate-pronto”. É no momento. Se estou com um problema
aqui, lá em Chorrochó, boto uma mensagem lá para o meu governador, o que
é que faz? Estou fazendo isso, isso e isso, você concorda? Posso fazer?
Isso é a rede social hoje.
Tribuna – Como o senhor avalia o governo Wagner? Qual o principal erro e qual o principal acerto?
Leão –
Eu aprendi muito com o governador Jaques Wagner. Eu fui secretário de
Infraestrutura no estado e aprendi, mas aprendi muito, com ele. Wagner,
politicamente, é nota 1000. Eu não tiro um. Wagner será um segundo Lula.
Porque o Lula é expert em política. Agora Wagner, o que é que ele
precisa? Cobrar mais dos seus secretários. Precisa estar mais presente
na cobrança da administração. Não dar muitos poderes a um único
secretário ou a outro ou a outro.
Tribuna – O governador peca no aspecto de gestão?
Leão –
Ele não peca no problema de gestão. Ele confia. E ele deve cobrar mais.
Ele deve estar mais presente com todos os secretários dele. Eu acho
Wagner uma figura excepcional.
Tribuna – Ele vai conseguir eleger o sucessor com facilidade?
Leão –
Tudo caminha para isso. Se for desta maneira e da maneira que estão
dizendo que até ACM Neto vem, ele bota um boneco lá e ele faz o boneco.
Tribuna – Existe a possibilidade de o PP não marchar com o candidato do governador Jaques Wagner?
Leão –
Rapaz, se não nos derem nada, nós vamos procurar nosso caminho.
Qualquer caminho. O PP tem dois candidatos potenciais que podem ser
candidatos a governador. O deputado Mário Negromonte seria um excelente
candidato a governador. O deputado João Leão pode ser candidato a
governador. Se não tiver, nós vamos partir para o risco.
Tribuna – Como o senhor avalia o governo ACM Neto em Salvador? Ainda está tímido?
Leão –
Olha, eu acho que você não pode fazer avaliação nenhuma do governo ACM
Neto. Eu não posso avaliar um governo que tem cinco meses de mandato.
Então, não posso. Eu posso dizer uma coisa: vejo que ACM Neto está com
muita vontade de acertar. E é o tchan de todo prefeito quando entra. É
acertar. Eu tenho 53 prefeitos de municípios diferentes que me
acompanham. Todos os 53 estão mortos de vontade de acertar. E ACM Neto
está aí. É um deles. Que está morto de vontade de acertar.
Tribuna – Por que uma obra como a Ferrovia Oeste-Leste insiste em não sair do lugar?
Leão –
Essa obra é muito complexa. Essa obra é a maior obra do estado da Bahia
desde a sua história. Você tem aí um porto, que vai começar a sair, que
vai começar a andar, o Porto Sul. Quero agradecer ao ministro das Minas
e Energia, Edison Lobão, que me deu, entregou em primeira mão, a
outorga da mina da Bamim. “Leão, em sua homenagem, venha aqui que eu
tenho um presente para você”. Fui lá e recebi da mão dele a outorga da
mina. Porque, sem mina, a Bamim não ia fazer nunca o porto. Como é que
eu não tenho o direito da exploração da minha mina e eu vou construir um
porto? Pra quê? Para exportar o quê? É isso que eu disse ao ministro,
botou na cabeça dele, foi lá, nós fizemos aquele seminário em Barreiras,
demonstramos isso, foi uma das coisas que falei no seminário, e
conseguimos arrancar a exploração da mina. Porque sem a Bamim, sem a
mina, a Ferrovia Oeste-Leste passaria a ter uma viabilidade imediata.
Porque você tem ali, só numa mina, 45 milhões de toneladas de transporte
para a ferrovia. Aí você tem para o oeste da Bahia mais 10 milhões de
toneladas e tem mais 5 milhões de toneladas de ida para o oeste da
Bahia. A Ferrovia Oeste-Leste é realmente a maior obra da Bahia nos
últimos 500 anos.
Tribuna – O ministro César Borges vai ter capacidade de tirar essa obra do papel?
Leão –
Está tendo. Meu pai dizia que se conhece o homem pelo arriar da mala. O
arriar da mala de César Borges está bom para burro. Realmente, César
Borges está lá: “cheguei e quero consertar isso aqui e quero botar para
andar”. Esta semana, nós estamos tirando agora o lote 5 e o lote 5A que é
a ponte sobre o rio São Francisco, porque a ponte precisa atravessar o
rio São Francisco pra chegar em Barreiras, no oeste da Bahia, que pra
Bahia é o mais interessante, que é produção da sua soja, do seu milho,
do seu algodão. Nós temos, na Bahia, o melhor algodão do mundo, a melhor
soja do mundo e o melhor milho do mundo. A maior produtividade de todos
esses produtos. E César quer ultrapassar o São Francisco. Na hora que
ultrapassar o São Francisco, eu vou dizer: “César, você é um retado”.
Tribuna – Por que as obras públicas são tão ruins e tão caras, deputado?
Leão –
Eu não considero as obras ruins. Eu era secretário de Infraestrutura e
cheguei com um projeto na mesa do governador que era a duplicação da
CIA-Aeroporto. Então, o governador olhou e falou: “mas, rapaz, uma
concessão disso, vai ser um negócio meio complicado”. Porque o PT não
gosta, não queria concessão. E eu disse: “mas governador, é a maneira
que nós temos de viabilizar a região metropolitana”. E ele acatou e
aceitou. E hoje você vê, aquilo é uma obra ruim? É uma obra bem feita e é
uma obra que está realmente servindo o estado e feita num espaço de
tempo muito curto. Então, o que é que nós precisamos? Precisamos ser
modernos. Às vezes, os administradores públicos reclamam da 8666. Eu fui
relator da 8666. Então, eu não vejo problema na 8666. Quando fui
secretário de Infraestrutura, eu fiz 600 e tantas concorrências, na base
da 8666. Estão todas aí. Nós fizemos 4 mil quilômetros de rodovia na
Bahia. Não vejo nenhum problema na 8666. Agora, o sistema novo que sair
do PAC, para você fazer a licitação mais rápida, é outro sistema melhor
que a 8666. Então, é você querer trabalhar. Quem trabalha, Deus ajuda.
Tribuna – Qual a expectativa do senhor para o processo eleitoral, que foi antecipado por conta do próprio governo federal?
Leão –
Primeiro lugar, por tudo isso que está acontecendo, nesta última
semana, que Deus nos proteja. A nós todos. A população que está nas ruas
e a nós políticos. O Brasil, a partir de agora, tem uma nova cara.
Político que é político se adequa a essa nova cara ou está fora do jogo.
Eu, graças a Deus, não tenho medo de passeata, não tenho medo de
absolutamente nada. O que é que Bahia pode esperar de João Leão? É
aquilo que ele vem fazendo durante esse tempo todo. Muito trabalho,
muita luta, muita seriedade, muita honestidade. Por que você dizer que
você mesmo é honesto é um negócio meio complicado, mas eu tenho um
estirpe na minha vida, que é olhar no olho do empreiteiro – que eu
tratei com empresas quando secretário e como prefeito e trato como
deputado – não tenho medo de ter contato com empresas, não tenho medo do
contato com o público. E você dizer: vamos trabalhar, vamos trabalhar
com seriedade. Esse é o futuro da Bahia. Está na seriedade, na
competência e na vontade política. Fonte: Jornal Tribuna da Bahia- Osvaldo Lyra/Colaboraram: Fernanda Chagas e Fernando Duarte/ Foto: Bahia Notícias.
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