Notícias
De acordo com os familiares, o motivo da rebelião foi a proibição de entrada durante a visita íntima dos presos de uma mulher de um detento
15.07.2013 | Atualizado em 15.07.2013 - 20:51
Visualizações: 897
Visualizações: 897
Estadão Conteúdo
Dois presos foram decapitados e tiveram os corações
arrancados durante uma rebelião na Penitenciária 1, de Itirapina, no
interior de São Paulo, que durou cerca de 22 horas. Os detentos tomaram a
penitenciária com 68 familiares dentro (pelo menos dez crianças) na
manhã deste domingo e só terminaram o motim na manhã desta
segunda-feira.
De acordo com os familiares, o motivo da rebelião
foi a proibição de entrada durante a visita íntima dos presos de uma
mulher de um detento. “Vim no sábado (13), normalmente, e ontem (15),
quando fui entrar, disseram que eu não podia”, afirmou a mulher, de 21
anos, que pediu para não ser identificada. Após o início da rebelião e
as mortes, ela foi autorizada a entrar.
Os presos fecharam o acesso ao pátio e às celas com
colchões amarrados. Durante o protesto, dois presos foram mortos com
golpes de estilete numa das celas. As cabeças e corações foram
arrancados e jogados no pátio num latão para que a direção da
penitenciária pudesse ver, relataram as mulheres de presos e agentes
penitenciários.
“Não havia uma pauta específica de reivindicações.
Eles tentaram pegar um agente penitenciário, mas não conseguiram. Com a
chegada do Choque, decidiram pedir para as mulheres saírem e entregaram
as armas”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Agentes
Penitenciários, João Alfredo de Oliveira. Os presos mortos foram
acusados pelos demais detentos de serem informantes da polícia,
afirmaram as mulheres dos detentos. “Não vimos eles serem mortos, só
vimos depois os corpos.
Depois, foram jogados colchões por cima, por causa
das crianças”, afirmou Maria Barbosa dos Santos, de 36 anos, com a filha
Vitória, de 2 anos, no colo. Um dos mortos foi identificado como
Antônio Washington, mais conhecido como “Exu”. Dois presos da P1 teriam
assumido os assassinatos e foram levados para a delegacia de Itirapina
para depor. Os nomes deles não foram divulgados até as 15h30. “Não
éramos reféns, como foi dito. A gente estava com nossos maridos. O
problema foi que suspenderam a comida lá dentro e depois cortaram a
energia e a água”, afirmou uma outra mulher.
Por volta das 8h30 a PM entrou no presídio para
ajudar na vistoria. Não foi preciso o uso de força pela polícia para
invadir o pátio. Os presos decidiram entrar num acordo, afirmou o
presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários. Pelo menos 75 presos
envolvidos no motim foram transferidos para outras penitenciárias de
manhã, depois que a Tropa de Choque havia deixado a unidade.
A P1 de Itirapina tem capacidade para 210 detentos e
hoje tem 692 encarcerados. Na unidade, estão presos que são impedidos
de entrar nos presídios que são dominados por facções criminosas, como o
Primeiro Comando da Capital (PCC). A Secretaria de Administração
Penitenciária do Estado divulgará uma nota oficial sobre o caso no fim
da tarde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário