Noticia:
Na quinta - feira, 15 de agosto, o Tribunal Federal decide que celular pré-pago não tem prazo para uso dos créditos.
As
operadoras de celular Vivo, Tim e Oi estão proibidas pela Justiça de
estabelecer prazo de validade para créditos pré-pagos. Juntas, elas têm
156,2 milhões de clientes nessa modalidade. As empresas também estão
impedidas de exigir que o cliente faça recargas para manter os créditos
ativos e os valores que estiverem bloqueados deverão ser reativados.
As
empresas de telefonia móvel estão proibidas de fixarem prazos para a
utilização dos créditos adquiridos na modalidade pré-pago.
Em
votação unânime, a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª
Região anulou ontem as cláusulas contratuais que estipulavam um limite
de até seis meses para os clientes zerarem o saldo, sob pena de perderem
o valor pago.
A decisão vale para todas as operadoras. Existem 211 milhões de linhas pré-pagas no Brasil, cerca de 80% do total.
A
sentença determina multa diária de R$ 50 mil a empresas que
desrespeitarem a ordem judicial, e atribui à Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) — também envolvida no processo — a tarefa de
garantir a eficácia da medida. Cabem
recursos da decisão, mas sem efeito suspensivo, ou seja, a proibição já
está em vigor e assim permanecerá até que, eventualmente, uma decisão
diferente seja tomada em cortes superiores.
O
desembargador Antônio Souza Prudente, relator do caso, considerou que
as normas da Anatel permitem um "confisco" dos créditos por parte das
operadoras. "A Anatel não pode nem deve extrapolar os limites da
legislação de regência, como no caso, a possibilitar o enriquecimento
ilícito das concessionárias de telefonia móvel", escreveu o
desembargador.
Tais
normas permitem que, após o fim do prazo de validade, o serviço de
telefonia possa ser parcialmente suspenso – com bloqueio de realização
de chamadas ou recebimento de ligações a cobrar. Depois de um período
adicional, a linha pode ser desativada. Hoje, o prazo mínimo de validade
é de 90 dias.
A
decisão começa a valer a partir da notificação às empresas, que podem
recorrer. A Oi informou que não se manifesta sobre a decisão. Em nota, a
Tim informou que não foi comunicada, mas que respeita a Justiça. A
Vivo, que já havia previsto o risco de derrota em uma ação desse tipo em
seu último relatório trimestral, explica que aguardará a notificação
oficial.
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