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O caso reacendeu a discussão sobre os procedimentos a serem adotados pelas escolas para garantir a segurança dos alunos
27.03.2013 | Atualizado em 27.03.2013 - 20:13
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Estadão Conteúdo
A Polícia Civil espera ouvir os pais do menino João
Felipe Eiras Sant'Ana Bichara, de 6 anos, assassinado na tarde de
segunda-feira (25), para buscar informações sobre o relacionamento da
família com a manicure Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, presa em
flagrante pela morte do garoto, e tentar esclarecer a motivação do
crime.
Eles foram chamados para prestar depoimento na
tarde desta quarta-feira, mas não compareceram por estarem
emocionalmente muito abalados. O delegado também esperava colher o
depoimento do dono do Hotel São Luiz, onde o garoto foi assassinado.
Suzana prestou informações à polícia na segunda, dando diferentes
versões para o caso. Durante o depoimento formal, ela afirmou que iria
prestar declarações somente em juízo. Porém, em entrevista ao jornal
Extra, Suzana confessou o assassinato. “Eu segurei o rostinho dele com a
toalha e ele segurou ele pelas pernas com o lençol”, disse a manicure
em vídeo, alegando que não estava sozinha no momento do crime.
A polícia, no entanto, acredita que ela tenha
cometido o assassinato sozinha. “Indícios apontam para um crime de
natureza passional, em razão de alguns detalhes do crime que demonstram
raiva”, afirmou o delegado. De acordo com a polícia, a manicure
telefonou para a escola onde João Felipe estudava, o Instituto de
Educação Franciscana Nossa Senhora Medianeira, fazendo-se passar pela
mãe do garoto. Ela teria dito que uma madrinha iria buscá-lo mais cedo
para levá-lo a uma consulta médica. Com isso, Suzana conseguiu retirar o
garoto do Instituto e levá-lo de táxi para o Hotel São Luiz, onde o
asfixiou.
O caso reacendeu a discussão sobre os procedimentos a
serem adotados pelas escolas para garantir a segurança dos alunos. O
Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Rio de Janeiro
(Sinepe) não define a gestão de cada escola, mas faz recomendações
sobre a segurança. De acordo com o presidente do Sindicato, Victor
Nótrica, as pessoas autorizadas a fazer o transporte das crianças devem
ser cadastradas pela escola. Os responsáveis devem informar o nome e
qualificação das pessoas credenciadas a buscar as crianças.
Em caso de dúvida, a escola deve entrar em contato
com a família para ver se de fato procede a informação de que uma
pessoa não credenciada poderá retirar a criança do local. O
procedimento deve ser observado para alunos até o 9º ano. “Esse
episódio é tão insólito que até se admite que a escola ou o porteiro
atuaram de boa fé”, disse Nótrica. “Mas, infelizmente na selva em que
vivemos atualmente, a boa fé não é o suficiente.”
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