Três por homicídio e os demais por ocultação de cadáver
Após cinco meses de investigação, o mistério envolvendo o
desaparecimento do pequeno baiano Maicon Batista, de 9 anos, foi
desvendado. Seis soldados da 77ª Companhia Independente de Polícia
Militar (CIPM) foram indiciados pelo caso que ocorreu em 4 dezembro de
2012, em Vitória da Conquista.
O laudo de reconstituição do Departamento de Polícia Técnica (DPT),
anexado ao inquérito na quarta-feira (8), revela que os únicos tiros
disparados durante o episódio, num matagal próximo ao condomínio,
partiram dos policiais militares. Os soldados Pablo Mendes Almeida
Borba, Josias Nascimento Libarino e Kleber Jackson Rodrigues, indiciados
por homicídio e ocultação de cadáver, admitiram no interrogatório,
terem atirado contra um grupo que eles acreditaram ser de traficantes.
Já os PMs Mateus Queiroz de Oliveira, Warley Lopes Santos e Agenaldo
Gama Silveira Júnior foram indiciados por ocultação de cadáver. Com mais
de 300 páginas, o inquérito inclui oitivas de mais de 20 testemunhas e
de todos os policiais presentes na diligência na área do condomínio,
além de vários laudos periciais. Todas as oitivas foram acompanhadas
pelo Ministério Público.
Ao serem interrogados, os seis policiais militares informaram que, no
dia do ocorrido, dirigiram-se até a área do condomínio, próximo ao Anel
Rodoviário, para atender uma denúncia de agressão a um adolescente,
atacado por traficantes. Ali, viram um grupo caminhando e, por
suspeitarem tratar-se de criminosos, dispararam as armas. Os quatro
garotos correram por um matagal, mas, ao alcançarem o condomínio
residencial, três deles deram falta de Maicon.
Segundo o delegado Neuberto Costa, os acompanhantes de Maicon
informaram aos policiais que o amigo não havia retornado e,
imediatamente, foram impedidos pelos soldados de voltarem ao matagal
para procurarem o menino. A proibição se estendeu aos moradores da
região, que só tiveram acesso ao local, uma hora depois, mediante a
liberação de um oficial PM, que providenciou o envio de uma guarnição do
Corpo de Bombeiros.
Maicon está desaparecida desde o dia 4 de dezembro de 2012, após uma
troca de tiros entre policiais militares e suspeitos de tráfico de
drogas nas proximidades dos condomínios Vila Bonita e Vila Sul. O garoto
estava brincando no bairro onde morava quando foi surpreendido pelo
tiroteio e, até hoje, ninguém sabe se ele está vivo ou morto.
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